sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

De volta às atividades do BLOG!!!


OS RISCOS EM PRAIAS, PISCINAS E RIOS.



Depois de algum tempo ausente decidi voltar a contribuir com comunidade aventureira com dicas de saúde e bem estar em atividades outdoor.


 Atividades outdoor e saúde. 

Aproveitando o verão, o tema abordado será sobre os riscos nas atividades em praias, piscinas e rios.

Praias
As regiões praianas são locais ótimos para relaxar e aproveitar as férias, mas também oferecem diferentes perigos aos banhistas e desportistas, alguns são bem evidentes e podem ser facilmente evitados, outros, no entanto, podem se tornar verdadeiras arapucas.
Em geral, as pessoas que vivem em uma região de praia conhecem muito bem as características locais, porém quando assumimos o papel de turistas estamos propensos a não saber onde realmente pisamos, assim não sabemos se determinada localidade é adequada para a prática de esportes ou simplesmente para banhar-se.
Características físicas locais, tais como molhes, piers, rochas submersas, desembocaduras de rios e outros obstáculos representam fontes de perigo adicionais, aumentando o nível de periculosidade da praia.
Acidentes ocorrem muitas vezes pela baixa percepção de risco por parte dos frequentadores, que muitas vezes desconhecem as características naturais ou não dão a devida importância à sinalização presente.
É importante saber que o fundo do mar não é plano, apresentando locais mais rasos e outros mais fundos, tal fato relaciona-se a muitos acidentes. Tente sempre se informar a respeito da profundidade e das correntes locais.
🔺Correntes de retorno: Resultam do retorno da água para o alto-mar, por pequenos canais, após as ondas chegarem até a praia. São rápidas (em torno de 3 m/s) e podem facilmente levar uma pessoa para áreas fundas e distantes da costa. Sua superfície fica mais turbulenta e com aspecto de água suja, pois nesses locais, as ondas quebram com menor frequência. Caso seja arrastado por uma dessas correntes, tente ficar calmo e boiar. Não se deve nadar contra a corrente, visto que são muito rápidas, mas sim paralelamente à praia.


Corrente de Retorno (Fonte: https://www.itaocararj.com.br)

Piscinas
No verão, as piscinas se destacam como opção de lazer, por isso alguns cuidados devem ser observados:
- Não se desloque correndo, mas sim andando, pois os pisos no entorno das piscinas podem estar muito escorregadios.
- Muitos acidentes acontecem com o mergulho de cabeça em piscinas rasas. Já atendi no Pronto Socorro vítimas graves de acidentes deste tipo. 
- O choque entre banhistas durante o mergulho também é um risco sério, pois uma batida com a cabeça pode resultar em inconsciência e causar a morte por afogamento.
- Nade preferencialmente acompanhado, observe se a piscina está assegurada pela presença de um guarda-vidas e principalmente, respeite suas próprias limitações e nade somente na profundidade em que você se sinta confortável e seguro.
🔺Cuidado: A ingestão de álcool representa um grande risco para a segurança, pois ocasiona uma redução dos reflexos ou mesmo a perda da noção de risco, predispondo a acidentes.
- O sistema de filtração requer atenção contínua, visto que ao puxar a água pelos orifícios espalhados pela piscina pode sugar cabelos ou partes do corpo, ocasionando uma submersão involuntária até o afogamento. Por isso as pessoas com cabelos compridos devem estar especialmente atentas para esse risco. Cabe ressaltar que em piscinas modernas este risco é reduzido com dispositivos de segurança específicos.
🔺Com crianças a atenção deve ser redobrada, tanto pela falta de supervisão, mesmo que eventual, como por verdadeiras armadilhas submersas, como por exemplo o espaço existente entre as escadas de acesso e a parede. Tenham em mente que crianças podem se afogar rapidamente em qualquer profundidade. Em casas com crianças em casa, a piscina deve ser cercada em todo perímetro e possuir um sistema de fechamento ou portão que não possa ser aberto por uma criança. Lembre-se que boias são importantes itens para crianças, mas não substituem a supervisão de um adulto, podendo até mesmo se converter em risco adicional.

Piscinas podem se tornar um problema.

Rios
Recentemente um grupo de aventureiros foi surpreendido por uma cabeça d’água durante a prática de rapel, numa cachoeira na região da Serra da Canastra em Minas Gerais, levando a uma terrível tragédia.
Este fenômeno ocorre devido a uma chuva forte, o que aumenta de forma abrupta o nível do rio e provoca enxurrada por conta do fluxo de água. O problema é que muitas vezes as chuvas ocorrem fora do campo de visão, como nos topos de montanhas que captam as águas para determinado curso d’água. Estas áreas de encostas de altos declives relacionam-se com pessoas colhidas de surpresa por enxurradas inesperadas. Para piorar a situação, pode ocorrer um represamento da água por conta de árvores e galhos presentes, e quando ocorre a ruptura da represa formada, um grande volume de água e detritos segue o curso do rio, levando a tudo e todos que encontra no caminho.
Deve-se diferenciar da tromba d’água, que é um tornado que acontece tanto na água salgada quanto na água doce e que carrega um grande volume de água quando ocorre.
Como nesta época do ano os banhos de rio e cachoeiras são práticas comuns, deve-se prestar muita atenção nas possíveis alterações meteorológicas, principalmente durante o período da tarde.
Outra dica é sempre ouvir os moradores locais, que podem aconselhar a não ir para determinado trecho. Quem nunca ouviu um rio denominado “Roncador”? trata-se de uma alusão ao constante som causado pelo deslocamento violento de grandes volumes de água.

Cabeças d'água podem ser mortais

A ocupação humana de áreas rurais e de encostas também contribui para o recrudescimento deste fenômeno, que pode ocorrer em qualquer rio, por causa da interferência das alterações ambientais no volume e na intensidade da captação das águas durante as chuvas.
🔺Lembre-se que não há necessidade de estar chovendo ou mesmo ter chuva intensa na área, pois a água poderá ser proveniente das cabeceiras muitas vezes distantes a montante, e uma cabeça d’água poderá alcançar pessoas que inadvertidamente encontram-se em rios ou cachoeiras de forma muito rápida.

Conclusão
Qualquer que seja o ambiente aquático em que você, sua família e amigos se encontrem, um maior conhecimento das características locais contribuirá para a segurança de todos. Quando morei na região amazônica, não me atrevia a entrar em igarapés ou rios nos quais não havia habitantes locais banhando-se.  

Por fim, não se esqueça de usar um protetor solar apropriado e manter-se hidratado.

Para saber mais:
SOBRASA – Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático

Vídeos de cabeça d’água:
https://www.youtube.com/watch?v=BBb6XoBLHs8
https://www.youtube.com/watch?v=iMH25048efQ


Desejo a todos que 2019 seja repleto de aventuras e realizações!